Quem nunca esperou que alguém interrompesse um casamento quando o padre disse a famosa frase “Fale agora ou cale-se para sempre”? No geral, existem procedimentos a serem atendidos por parte da Igreja Católica e da entidade responsável por oficializar o matrimônio.
Sobretudo, esse mecanismo surgiu no século 12 como forma de descobrir razões pela qual seria ilegal se casar, em especial por conta da influência religiosa na política e legislação antigamente. Porém, houve atualizações na cerimônia do casamento e como os convidados devem se comportar. Saiba mais a seguir:
É permitido se opor a um casamento?
Em primeiro lugar, não é ilegal interromper um casamento e se opor ao matrimônio. Entretanto, as implicações sociais são maiores devido ao rompimento que isso significa dentro de uma comunidade. Como citado anteriormente, a objeção ao casamento foi inventada pela própria Igreja Católica.
Porque não haviam processos burocráticos, bancos de dados e sistemas de reconhecimento do casal envolvido no casamento, a comunidade tornou-se vigilante das uniões. Portanto, passou a denunciar as irregularidades para os padres e pastores.
Sendo assim, cada casamento que acontece desde esse período é também permitido pela população e por cada testemunha ou convidado. Nos dias atuais, os procedimentos são formalizados e protegidos pela lei, de modo que as discrepâncias e problemas sejam apontados assim que a certidão de casamento estiver sendo emitida.
Por causa disso, exclamar o “Fale agora ou cale-se para sempre” tornou-se mais um rito de cerimônia do que uma ação real. Contudo, os casamentos reais continuam tendo regras específicas quando alguém expõe esse tipo de objeção publicamente.
O que acontece se alguém interromper um casamento?
Durante o casamento do príncipe William de Gales e Catherine de Gales na Inglaterra, as autoridades religiosas estabeleceram que a cerimônia de casamento seria encerrada imediatamente se alguém se declarasse contra a união de ambos. Logo em seguida, o reclamante seria levado a uma sala privada para um interrogatório.
Porém, as perguntas são realizadas por um arcebispo, além de um assessor jurídico e representantes da Igreja Anglicana. Nesse meio tempo, os noivos aguardam em uma sala enquanto esse procedimento é atendido. Por via de regra, o tempo máximo de justificar a interrupção é de 5 minutos.
Caso a reclamação não seja retirada, as consequências podem variar. Por um lado, a pessoa poderá ser julgada como agitadora social ou por difamação, calúnia e crimes semelhantes a depender do nível da objeção realizada.
Em contrapartida, se revelarem um problema real, o casamento pode ser cancelado definitivamente ou suspenso até que a situação seja resolvida. Comumente, essas operações dependem das leis de cada país, e como os responsáveis lidam com as tradições relacionadas a um casamento.
No caso da Família Real, existe todo um trabalho de proteção da imagem dos membros por representarem a realeza da Inglaterra. Ademais, é uma forma de protegê-los do trabalho de tabloides ingleses, que vendem notícias maliciosas com base nos problemas e rumores relacionados à monarquia.
E qual é o problema social?
Em linhas simples, o casamento representa uma união entre famílias, culturas e comunidades. Desse modo, interromper um casamento significa que você está indo contra essa união, e como consequência se opondo à decisão das pessoas envolvidas em toda essa cerimônia.
Acima de tudo, o reclamante se expõe de maneira irreversível dentro do grupo social e acaba sendo excluído pelo seu comportamento. Nos casos em que a oposição acompanha a revelação de traições, por exemplo, há um dano maior porque afeta mais pessoas.
A fim de proteger o matrimônio, é comum que os padres conversem separadamente com o casal para entender se existem pontos que podem causar problemas à cerimônia. Em uma reunião privada, durante o curso de noivos, pode-se conversar com ambos ao mesmo tempo ou separadamente para conhecer melhor a realidade do matrimônio.
Em última instância, a oficialização deixa de acontecer quando a autoridade religiosa descobre problemas que representam riscos à sua imagem ou à Igreja Católica.